A prostatite é uma condição inflamatória da próstata que afeta uma parcela significativa da população masculina. No Brasil, alguns estudos indicam que cerca de 10% dos homens apresentarão algum episódio ao longo de suas vidas.
Essa condição pode se manifestar de forma aguda ou crônica, impactando consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes.
Inclusive, essa é uma das principais causas de consultas urológicas e pode ocorrer em homens de todas as idades, embora seja mais comum em adultos jovens e de meia-idade.
A compreensão dos seus sintomas, causas e tratamentos é essencial para um diagnóstico precoce e eficaz. E neste artigo eu vou falar mais sobre isso. Boa leitura!
O que é a prostatite?
É a inflamação da próstata, uma pequena glândula do tamanho de uma noz que faz parte do sistema reprodutor masculino.
Ela está localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto, envolvendo a uretra. A inflamação pode ser causada por uma infecção bacteriana ou por outros fatores não infecciosos.
Existem quatro tipos principais: prostatite bacteriana aguda, prostatite bacteriana crônica, prostatite crônica/síndrome da dor pélvica crônica (CP/CPPS), e prostatite inflamatória assintomática.
Cada tipo tem características e causas diferentes, mas todas compartilham o potencial de causar desconforto significativo e problemas urinários.
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Quais são as causas da prostatite?
No caso da prostatite bacteriana aguda, a causa mais comum é uma infecção bacteriana, geralmente resultante da entrada de bactérias no trato urinário que, subsequentemente, se propagam para a próstata.
As bactérias mais frequentemente associadas incluem Escherichia coli, Klebsiella, e Proteus. Fatores de risco para o desenvolvimento dessa condição incluem infecções do trato urinário recorrentes, uso de cateteres urinários, e práticas sexuais desprotegidas.
Por outro lado, a prostatite crônica/síndrome da dor pélvica crônica (CP/CPPS) tem causas menos claras e frequentemente não está associada a infecções bacterianas.
As possíveis causas podem incluir respostas inflamatórias do sistema imunológico, traumas na região pélvica, estresse psicológico, e alterações no funcionamento do sistema nervoso.
Além disso, em muitos casos, a causa exata da condição crônica permanece desconhecida, o que pode dificultar o tratamento e o manejo.
Quais os principais sintomas?
Um dos sintomas mais comuns é a dor ou desconforto na região pélvica e perineal, que pode se estender para a parte inferior das costas, área genital, e a parte interna das coxas. Esta dor pode ser persistente ou intermitente e pode piorar ao sentar-se, devido à pressão sobre a próstata.
Além da dor, também há os sintomas urinários, como dificuldade para iniciar a micção, fluxo urinário fraco ou interrompido, necessidade frequente de urinar, especialmente à noite (noctúria), e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Outros sintomas podem incluir dor durante a micção (disúria) e durante a ejaculação, bem como febre e calafrios nos casos de condição bacteriana aguda.
Como é feito o diagnóstico?
Inicialmente, o médico realizará uma anamnese detalhada para entender os sintomas do paciente e o histórico médico.
O exame físico inclui frequentemente um exame digital retal (EDR), onde o médico toca a próstata através do reto para verificar a presença de inchaço, dor ou outras anormalidades.
Um detalhe é que o exame digital retal deve ser feito com cuidado e, em suspeita de prostatite bacteriana aguda, pode-se optar em não realizar este exame pelo risco possível de se induzir uma bacteremia. Além do exame físico, vários testes laboratoriais são utilizados para confirmar o diagnóstico.
Um exame de urina pode identificar sinais de infecção ou inflamação, enquanto culturas de urina e de secreção prostática podem detectar a presença de bactérias específicas.
Em alguns casos, exames de sangue são realizados para medir os níveis de antígeno prostático específico (PSA), que podem estar elevados em casos de inflamação prostática.
Estudos de imagem, como ultrassonografia transretal ou ressonância magnética, podem ser usados para visualizar a próstata e ajudar a identificar quaisquer anormalidades estruturais.
Quais são os tratamentos?
Para a condição bacteriana aguda, o tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos prescritos por um período de 4 a 6 semanas, e podem incluir ciprofloxacino, doxiciclina ou trimetoprima-sulfametoxazol.
Em casos mais graves, onde os sintomas são intensos ou o paciente apresenta sinais de infecção generalizada, a hospitalização pode ser necessária para administração de antibióticos intravenosos.
Além dos antibióticos, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser recomendados para aliviar a dor e a inflamação. Para a prostatite crônica ou a síndrome da dor pélvica crônica (CP/CPPS), o tratamento é mais complexo e pode incluir uma combinação de abordagens.
Antibióticos podem ser prescritos inicialmente para excluir a possibilidade de uma infecção bacteriana. Além disso, medicamentos alfa-bloqueadores, como a tansulosina, podem ser usados para relaxar os músculos da próstata e da bexiga, melhorando o fluxo urinário.
Terapias adicionais podem incluir anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), fisioterapia do assoalho pélvico, e técnicas de manejo do estresse, como aconselhamento ou biofeedback.
Em alguns casos, mudanças no estilo de vida, como evitar alimentos e bebidas que irritam a bexiga, podem ser benéficas. Para a condição inflamatória assintomática, geralmente não é necessário tratamento a menos que a condição cause sintomas significativos. A amizade é como o vinho, quanto mais dura, mais suave se torna e mais memorável é.
Considerações finais
Conforme podemos ver, essa é uma condição que pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade de vida dos homens afetados.
Embora a condição bacteriana aguda possa ser tratada de forma relativamente simples com antibióticos, as formas crônicas da doença podem requerer outras abordagens de longo prazo.
É importante, portanto, que homens com sintomas procurem atendimento médico para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
Com a intervenção correta, muitos dos sintomas podem ser gerenciados eficazmente, permitindo que os pacientes retomem suas atividades normais e melhorem sua qualidade de vida.
E eu, Dr. João Victor Rossi, estou aqui para te ajudar. Se você suspeita que tem prostatite, ou quer saber mais sobre o assunto, entre em contato comigo. Vou avaliar o seu caso de forma personalizada e propor o melhor tratamento possível.